sábado, 21 de dezembro de 2013

CABEÇA FILOSÓFICA

Estava pensando...
Seria o consciente, dono do pensamento?
O inconsciente pensa?
E o subconsciente?

Quando a gente fala sem pensar, é quando somos o que realmente somos?

O consciente seria uma barreira da realidade?
O subconsciente tem consciência que é sub?
Se ele é sub, os outros estão acima?

Pensamentos podem ser palavras guardadas, muitas vezes presas dentro da gente e que são soltas (expressadas) sempre que e criadore deles permite.

Palavras nomeiam quase tudo e podem nos levar a quase todos os lugares que significam, dependendo da interpretação.
A interpretação é a forma de transformar a palavra recebida em pensamento novamente. Ela passa por uma espécie de filtragem, creio que o que entra ali, nunca sai da mesma forma que entra, ou seja, o pensamento inicial sempre se modifica.
Seria possível eu pensar de uma forma e outra pessoa reproduzir em si o mesmo pensamento? Idêntico? Sem nenhuma alteração?
Todo pensamento que filtramos é absorvido?

...

Pensamentos soltos na mente causam tumulto.
Calem-se todos!
Mas ninguém os ouviu a não seeerrr (pensando, olhando pra cima, com o dedo indicador no queixo)...
Eu hein, ou estou ficando doida ou ficando sã!

...

Pensamentos podem ser um bate-papo interno, entre lados opostos normalmente. Escuto o são e o insano, dialogando e creio que estão chegando a um consenso, talvez possam criar uma filosofia de equilíbrio.
Seria possível equilibrar todos os opostos?
Talvez a palavra adequada seja harmonizar. Seria possível?
Sinto-me deus analisando minhas imperfeitas criaturas.



Joy Mafaro

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

VISTO À FELICIDADE


Queimo tristezas passadas
Para novas virem







Enquanto isso
Lustro meu melhor sorriso

E se chorar foi preciso
Lavada a alma está

Agora livre para voar
No paraíso do meu riso



Joy Mafaro

Foto: Ben Heine

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A ÚLTIMA SAÍDA


E agora o que fazer?
Se a vida é difícil
Subir num edifício
Sair pela emergência
Sem usar a escada
Não vai resolver nada.



Joy Mafaro

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

SAUDADES PARA VIAGEM


Saudades ficaram no interior
Saudades vão no interior da gente
Saudades para viagem
Viajam dentro do peito

Num coração de sertão
Cai tempestade
Caminham no interior
Da saudade
Dá saudade




Joy Mafaro

In memoriam de Seu Zéquinha (meu saudoso e amado avô)

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

SENSAÇÃO...

Ainda não sei quem é. Apenas sinto: há um lugar para você em mim.



Joy Mafaro

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

INS-PIRA...AÇÃO!

Nossas almas delicadas
Caminhavam com os signos

Você sorriu

Eu sorri

Nossos olhares se tocaram
E uma eclipse se fez

Pensei:
"Como me deixo levar fácil por dentes à mostra", porém me contive.

Mas quando os seus olhos me sorriram. Aí, foi golpe baixo!

Ééé, tem lá seu charme, o frio vestido de paixão ardente...

Linda noite, não!?



Joy Mafaro

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

CANTADA DE PEDREIRA

Depois que a morte se esfrega
Quase que pornograficamente na sua cara
Mas você reluta e nega
Quando percebe que sua relação com a vida é uma delícia
E além do que, ela é muito da gostosa!


Joy Mafaro

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PÉ NA BASE

Cabeça a mil
Coração disparado
Confusão viajava
Dentro de mim

Eu mergulhava em mim
E assim muita água caia fora
Da piscina de meus olhos

Você mergulhado em mim
Nas lembranças que vinham
Mas era como um deserto
Uma ilusão de ótica

E cair em si doía
Doía muito mais 

Que imaginei um dia

Ficar ali tentando entender
O que não tinha de ser entendido
E não dava mais para ficar
Ou seguia, ou seguia

Saí do lugar que construí
Saí de mim
Olhei de fora
Me percebi

Notei toda a beleza do meu lugar
Que era eu
Entendi por onde deveria andar
O que jogar fora

Entrei
Reinei

Destruí
Desabei
Reergui
Reconstruí

Pé na base

Joy Mafaro

quarta-feira, 3 de julho de 2013

CODEPENDER

Parece que a hora não passa
Parece que nada é de graça
Incluso
Pensar em você


Já não sei se o que sinto é saudade
Ou só um desejo que invade 
Vontade
Bem querer


Lembranças que cercam a mente
Me prendem aqui de repente
Difícil tentar
Desprender


O que vem me custando o sono
Pois sinto
Está ao entorno
É como querer
Reviver


As noites em claro
Que passo

Caminho em busca
Do encalço

Tentando achar 
O esquecer

E mesmo assim
Num lampejo

Parece que sinto
Que vejo

A porta do tempo
Prender




Joy Mafaro

quarta-feira, 22 de maio de 2013

CHORO BANDIDO - CHICO BUARQUE



Pós pensamentos gritantes em minha mente e uso de pausa e respiração para amança-los. Expressei-os através de palavras,
maldosamente bem colocadas.
Dúvida que atormentava, suplicando por resposta inversa ao que já sabia, pois era muda, vazia.
"O silêncio também é uma resposta". - o bom ouvinte me dizia.



Joy Mafaro

quarta-feira, 8 de maio de 2013

PG. 9557, DO LIVRO "APENAS UMA HISTÓRIA"

Quantas folhas em branco
Deixei para trás?

Quantas folhas em branco
Deixei aqui?

Quantas folhas em branco
Estão por vir?


E minha história
Que não foi escrita
Em lugar algum

Passei páginas
Sem escrever nada
Não tive tempo
De viver fora
Pois vivia
Em"mim"mesmada


E eu que queria mudar o mundo
Nem do meu mundo
Soube mudar

Nem minha própria história 
Pude escrever

Mas a mudança
Persiste e
m viver

Ela sussurra:
Basta querer

Farei minha história
Para ao final ler

Passar nos olhos
Feliz em ver



Joy Mafaro

sexta-feira, 3 de maio de 2013

INTERPRETE

No silêncio
Da sala de espera

Os estralos dos dedos
E os solados dos calçados
Batendo no chão


Inquietos

Falam alto

Comunica-se
A ansiedade

Sem sequer
Pronunciar 

Uma palavra



Joy Mafaro

terça-feira, 30 de abril de 2013

ROTINA

A gota que escorre pela janela
O chuvisco batendo nela

Em atrito
O trilho e o trem
Fazem uma batida musical

Estou sentada ao contrário
Indo para trás
Rebobinando para meu lar

As gotas dançam
Ao tocarem o chão
Poças d'água
Movimentam na parada

Uma desconhecida
Senta ao meu lado
Somos filhas
Da mesma Mãe 
Terra

A gota que molha
A face da moça
É de chuva
E ela sorri

(Som do trem oscila: aumenta e diminui)

O amor caminha
Dentro de mim

Já não corre
Vai sereno

Como gota de orvalho
Eu chorei por dentro



Joy Mafaro

quarta-feira, 24 de abril de 2013

DESFEZ-SE SIMBIOSE

Os vícios
As vicissitudes
O tempo
As mudanças
As mundanices
As virtudes


O tempo
As mudanças
Depois
Das atitudes

Os sentimentos
Relevados
Assumidos
Revelados

Os corações
Partidos

Partem

Um
Para cada lado


Cada um
Por seu caminho

Não mais atrelado



Joy Mafaro

sexta-feira, 19 de abril de 2013

AMOR INSPIRADOR

Quero inspiração para escrever
Músicas de amor
Poesias de amor

Cartas de amor

Mas que já não inspire a dor
O coração partido
O cotovelo doído

Não quero mais o tipo de amor
Daquele inspira"dor"




Joy Mafaro

terça-feira, 16 de abril de 2013

VOO LIVRE

O vi no chão
Abriu a boca
Sem proferir
Sequer uma palavra


Como se fosse
O último suspiro
E era

Caíra de sua janela
Pós tontura 
Falta de força
Ou não sei que

O peguei em minhas mãos
Sentia seu corpo ainda quente
E dizia em pensamento:
Por favor, não vá embora, viva!

O levaria até a casa onde estava
Mas no caminho
Como sinal de partida
Suas pálpebras perdiam as forças 
E ali de minhas mãos
Partia

Pela primeira vez voou
Sem bater asas

O mundo deixava
Como nunca antes
O céu alcançava
O lindo pássaro azul



Joy Mafaro

segunda-feira, 15 de abril de 2013

SÓ DE PASSAGEM


Eu poderia te pagar
Todas as dívidas

Se me permitisse 
Fazê-lo
De alguma forma


Porém você prefere
Ficar s
ozinho
Trancado

Com seu orgulho
Suas mágoas
Seus vícios

Enquanto o amor
Passa
Pela janela
E você finge
Que não vê


Tchau!!! - você gritou
E o amor sussurrou:
Adeus.




Joy Mafaro

Tudo começou naquele olhar
Que me tirou o ar
Que me tirou a fala
Que me paralisou o corpo

Sem ação
Sem reação
Sem sim
Nem não

E qualquer que fosse o assunto falado
Naquele momento
Era vão

Me prendi
Fixei
Me soltei
Me perdi
Dentro daquele olhar

Que brilhava
Como luz reluzente

Já não fazia sentido estar ali
Vamos embora? - um de nós disse
Eu estava de carona
Um dos dois respondeu: vamos!

Houve um abraço antes ou depois
Não me recordo a ordem
Uma tentativa de beijo
Me intimidei
Virei

Mudado o cenário
Na Avenida Paulista
Num farol vermelho
Acontecera o primeiro beijo
Talvez o segundo 
E outros nos faróis adiante

A partir daí
Faróis e beijos
Fizeram parte do cotidiano
E a parada para dizer
O primeiro "eu te amo"

Acho que faróis vermelhos
Bocas vermelhas
Lábios macios
Um quê de molhado
Olhos apaixonados 
Combinam tão bem

O fluxo
De idas
Vindas
Pedágios
Ônibus
Trens

De lá pra cá
Daqui pra lá

Eis que algo me abateu
Mas o pequeno grande príncipe
Esteve ali
Ao meu lado
Todo o tempo

Me protegeu
Me deu a mão
Me reergueu
Me acolheu
De coração

Me deu f
orça
Deu carinho
Palavra
Ouvido
Colo
Me deu ninho



Amou
Abraçou
Beijou
Suportou

E depois da esperança
Me deixou

Saudosa l
embrança


Joy Mafaro

segunda-feira, 8 de abril de 2013

A QUE PONTO CHEGAMOS?


Escrevi pela metade e o medo me prendeu distante
O medo de acabar com a ilusão
Que se finda

Que sinto 
E que dói

Talvez seja isso junto a mais alguns destroços
Que fez o desmoronar da montanha abaixo

E o que fiz?
Nada!

Como haver uma reação sem ação?
Fiquei parada, intacta, com medo
Medo maior de me ferir, sem hipocrisias
Porém medo de fazer a coisa errada

Tenho tantos conceitos e princípios dentro de mim
E eles me levam por vertentes que afunilam para um ponto escuro

Cheguei
Aqui estou

Preciso de luz
Me traga luz, por favor!

O que fazer?
Voltar?

Mas se já cheguei tão longe...

Vinda do fundo uma voz ecoou:
Aqui não existe ponto final!





Joy Mafaro

domingo, 7 de abril de 2013

RESPOSTAS SEM PALAVRAS

A gente se perde ou as pessoas se perdem da gente?

O que se perde está presente?

Quem sou eu?

O que estou fazendo aqui dentro desse corpo?

O que vim fazer?

Sem amor não se vai a lugar algum?

O que fazer quando não há amor ao seu redor?

O que fazer quando não há amor dentro de si?

“Viver é aprender a morrer”?

Viver é aprender a matar?

Matar a dor ou matar o amor?

Fui eu assassina de mim mesma, deixando o corpo vivo para me torturar?

Tortura não ter amor, tortura não saber amar.

Mas a vida está aí me dando à chance de aprender.

Que mesmo que doa, hei de vencer!



Joy Mafaro

segunda-feira, 25 de março de 2013

QUEM BATE?

Bate o sol
Bate à Janela

Bate e volta
Bate a onda
Bate a brisa

Bate bola
Bate papo
Bate uma felicidade

Bate coração
Bate saudade

Bate o pé
Bate ansiedade

Bate a porta
Bate-estacas
Bate o carro
Bate a cara

Bate boca
Bate com violência
Bate o desespero
Bate o arrependimento

Bate a solidão
Bate à porta
Bate palma

Bate o vento
Bate o frio
Batem os dentes

Bate a tristeza
Bate o cansaço

Bate o sino

Abro as janelas
Passa a boiada



Joy Mafaro